O casal de aposentados Clea Lemos Miguez Counago, de 60 anos, e Luiz Miguez Counago, 65, já tinham passado quase um mês na Austrália e estavam preparados para a longa viagem de volta ao Rio de Janeiro, com mais de 25 horas de duração contando as paradas. O voo de saída de Sidney estava marcado para terça-feira (14), mas nunca decolou.
Os brasileiros foram duas distantes vítimas dos transtornos causados pela nuvem de cinzas expelida pelo vulcão Puyehue, no Chile, que cruzou milhares de quilômetros e causou cancelamentos de voos na Oceania. E segundo a companhia aérea pela qual eles voaram, a chilena Lan Chile, que se fundiu com a Tam no ano passado, o retorno do casal poderia demorar até dois meses.

"No aeroporto, que é o único lugar onde se consegue falar com a empresa, eles informaram ao meu sogro que a companhia continua sem previsão. Falaram, inclusive, que pode demorar dois meses até a normalização. A partir do momento em que os voos estejam normais, eles disseram que os passageiros devem embarcar em até 48 horas", afirma ele.
De Salvador, na Bahia, ele tem tentado entrar em contato com a empresa aérea para saber se há alguma notícia sobre os voos, mas não tem conseguido.
"O telefone de atendimento é um número diferente do que está impresso no bilhete, e a ligação sempre acaba caindo depois de algum tempo no atendimento eletrônico. Tenho um cunhado na Austrália que também está tentando, mas de lá é a mesma coisa", conta Marcelo.
