O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central informou nesta quinta-feira (16), por meio da ata de sua última reunião, quando os juros foram elevados para 12,25% ao ano no quarto aumento consecutivo, que, com uma taxa de câmbio próxima de R$ 1,60, em linha com o atual patamar, a sua projeção de inflação para 2012 se encontra "em torno" da meta central de 4,5%.

Analistas do mercado financeiro já haviam alertado que o BC tem atuado para manter o dólar baixo e, com isso, evitar uma disparada maior da inflação. O objetivo da autoridade monetária seria justamente o de evitar elevações mais significativas na taxa de juros, o que geraria um impacto maior sobre a taxa de emprego e de investimentos do país.

Pelo sistema de metas de inflação, que vigora no Brasil, o BC tem de calibrar os juros para atingir as metas pré-estabelecidas. Para 2011 e 2012, a meta central de inflação é de 4,5%, com um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Deste modo, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (PCA), utilizado como referência no sistema de metas, pode ficar entre 2,5% e 6,5% sem que a meta seja formalmente descumprida.

Segundo o BC, a estimativa de que a inflação convergiria para um patamar ao redor de R$ 4,5% em 2012, com câmbio ao redor de R$ 1,60, também considera mais um aumento na taxa básica de juros para 12,50% ao ano na reunião do Copom de julho. E uma redução dos juros para 12,25% ao ano no decorrer de 2012.

A autoridade monetária também já havia sinalizado que não está mais buscando, por meio dos juros e do compulsório (instrumentos que tem à disposição), o centro da meta de inflação, de 4,5%, neste ano. O diretor de Política Econômica do Banco Central, Carlos Hamilton Araújo, avaliou há alguns meses que seria "aceitável" um IPCA acima do centro da meta neste ano por conta da redução da oferta de alimentos - que pressionou para cima os preços no começo de 2011.